Foram em torno de quatro anos para que este espaço fosse concluído e lançado. O atraso se deveu, também, aos isolamentos provocados pela pandemia do Coronavírus, quando as reuniões foram interrompidas.
De volta à normalidade, os idealistas e aventureiros que tinham essa ideia na cabeça voltaram aos encontros. Não em salas carpetadas e com ar-condicionado, mas à luz do dia e publicamente, na mesa de uma padaria, onde o papo rolava e a proposta crescia. Sabiam o que queriam e, principalmente, o que faltava: verba, dinheiro, dindim para colocar na telinha do computador tudo o que idealizavam e sonhavam, entre um café e outro.
Os tais aventureiros são, antes de tudo, forasteiros da Capital, mas em comum são idealistas e apaixonados por Brasília: Francisco Xavier, Hélio Tremandani, José Cruz e Ricardo Vidal. Com o tempo, outros dois se integraram à proposta, Heloísa Cristaldo e Marco Aurélio Guedes. Cada um na sua especialidade opinava para montar esta “preciosidade”, como é conhecida, por guardar e expor memórias “daqueles tempos” de nossa querida Brasília.
Preciosidades como o telegrama de Oscar Niemeyer à jornalista Conceição de Freitas, do Correio Braziliense, explicando que faltou à inauguração de Brasília, em 1960, porque o luxo da festa não estava à altura de sua simplicidade. Que tal?
Dificuldades não faltaram, assim como ousadia para bater à porta de um parlamentar, deputado Sardinha, da Câmara Legislativa do Distrito Federal. Foi ele o primeiro político – e único, até agora – a acreditar na proposta e se dispor a destinar parcela de sua verba parlamentar para que se pudesse fazer as primeiras gravações. Sim, porque essa é uma das vantagens desta proposta: por se tratar de um espaço que trata da memória da cultura e do esporte candangos, a maioria de seus construtores ainda está – graças a Deus – por aqui. Entrevistá-los, então, era tarefa inadiável. E foi com a tal verba parlamentar que isso aconteceu. O resultado desse trabalho está disponível agora. Assistam.
O restante do material são recortes de jornais, fotografias e reportagens, guardadas com carinho por um e outro colecionador de boas lembranças do início da Capital da República.
Preciosas lembranças, é preciso repetir, agora disponibilizadas e que, aos poucos, serão reordenadas para que o acesso público se torne cada vez mais facilitado. Com o passar do tempo, os que acessam este espaço vão observar as melhorias que, aos poucos, serão introduzidas. Quem sabe, também com as sugestões que desejarem apresentar. Estamos ao dispor e abertos a este intercâmbio, assim como agradecemos os comentários que desejarem registrar.
Muito obrigado
Sobre o autor
José Cruz
Em Brasília desde 1980, entrou para a reportagem esportiva em 1986. Cobriu os Jogos Olímpicos de Seul (1988) e Sidney (2000). Durante seis anos, manteve um blog no UOL, onde revelou esquemas de corrupção com verbas públicas no esporte. Em 2016 integrou a equipe da CPI do Futebol, no Senado, presidida pelo senador Romário.