Em 1974 , a Aruc viveu a maior crise da sua história com a desclassificação do desfile das escolas de samba por falta do número mínimo de componentes. No mesmo ano, Sabino assume a Presidência, com proposta de ampla renovação na diretoria da entidade. Entre os novos componentes, surge Manoel Frederico Soares, o Brigadeiro, sambista carioca, portelense, recém transferido para Brasília e famoso por ser autor do samba “Tem Bobo pra Tudo”, sucesso imortalizado pelo cantor Alcides Gerardi.
Inicialmente, Brigadeiro entrou para Ala de Compositores da Aruc e com a sua simpatia e educação foi conquistando todos, não só na azul e branco do Cruzeiro, como em todo o DF. Foi Presidente da Associação das Escolas de Samba e defendeu a construção do Sambrasilia, no Parque da Cidade, local para os desfiles das entidades carnavalescas, projetado por Oscar Niemeyer.
Mesmo morando na 410 Norte, reduto da maior rival da Unidos do Cruzeiro, Brigadeiro jamais pensou em mudar de escola. Na quadra tinha um bar com um espaço chamado “Cantinho do Brigadeiro”, local onde se reunia para tomar sua cerveja diariamente.
Sempre desfilou na ARUC e foi eleito Embaixador do Samba de Brasília. Ele deixou um grande legado para os sambistas brasilienses que foi a correção com que tratava a administração da entidade que comandava o carnaval, além da educação que tratava todos.
Sobre o autor
Helio Tremendani
Carioca, botafoguense e portelense, Hélio está vinculado à vida comunitária de Brasília e, em especial, do bairro Cruzeiro, desde que aqui chegou, em 1961. Ele é dono de um riquíssimo arquivo jornalístico e fotográfico, neste site publicados, que melhor ajudam a entender sobre a cultura e o esporte da ainda jovem capital da República.