Por professor Francisco Xavier e o atleta olímpico Joilto Bomfim.
Ele cursou educação física pela Faculdade Dom Bosco, pós-graduado com especialização em Educação Física para pessoas com deficiência física, auditiva, intelectual e visual. Mestre em Educação Física e Doutor em Ciência do Esporte. Ulisses foi professor, atuando na Universidade Católica de Brasília, Unip, Unieuro, Faculdades Dom Bosco, Alvorada e Albert Einstein.
No ano de 1982, recém ingressado na Faculdade Dom Bosco de Educação Física, foi atuar como voluntário na Associação de Deficientes Físicos de Brasília (ADFB). Convite foi feito pelos atletas com deficiência Dilsa Oliveira e Sirlei Campos. Na década de 80, os atletas paralímpicos da modalidade de atletismo em cadeira de rodas tinham maior atuação nas provas de campo (peso, dardo e disco), em decorrência da falta de cadeira de rodas para competições em provas de pista.
Não conformado com a falta de cadeira de rodas para provas de atletismo, ele construiu por conta própria cinco cadeiras de rodas do modelo usado no basquetebol com adaptações para o atletismo. Com um cadeira de rodas específica para corrida, doada pela Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas – ABRADECAR.
Ulisses, em mais uma iniciativa pioneira, introduziu pela primeira vez na história os atletas com deficiência nas corridas de rua, em Brasília. Foi uma grande surpresa para os participantes e para o público presente nos eventos da época. Como estratégia para mostrar para a sociedade a importância da inclusão das pessoas com deficiência e, aproveitando que Ulisses era atleta, começou também a incluir nas provas de rua as pessoas com perda funcional. Para isto acontecer ele empurrava a cadeira de rodas durante todo o percurso da competição, até o atleta conseguir condições adequadas para correr sem este apoio.
Em 1990, ele fundou o Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE), com atuação em diversas modalidades esportivas. Ulisses criou 10 novos modelos de cadeiras de rodas, exclusivas para provas de pista e de rua, seguindo o modelo da cadeira de rodas de atletismo do projeto “Fórmula 1”, da ABRADECAR.
Fruto do trabalho do professor Ulisses disseminado em Brasília, foram surgindo novos atletas com deficiência, não somente em provas em cadeira de rodas, mas nas categorias: visual, paralisia cerebral, intelectual, amputado e surdo, alavancando o atletismo de Brasília, onde diversos atletas foram campeões pelo mundo, representando a Seleção Paralímpica do Brasil. Nossa capital foi considerada a melhor equipe de atletismo do Comitê Paralímpico Brasileiro-CPB, recebendo o prêmio de destaque do ano.
Atualmente, 30 anos depois, deste trabalho pioneiro Brasília é reconhecida internacionalmente pelos seus atletas de atletismo com deficiência, em particular, os em cadeira de rodas em provas de rua. Tudo começou com o prof. Ulisses inventando, construindo cadeiras de rodas para o atletismo. Hoje somos referência para o mundo.
O paratletismo brasileiro agradece ao Prof. Dr. Ulisses de Araújo, por ser referência para a modalidade em nosso continente. Um orgulho para Brasília.