A notícia de que o vocalista Morten Harket da banda a-ha está com a doença de Parkinson entristece os fãs do trio norueguês, mundo afora.
O garoto bonito dos anos 1980, de traços vinkings, suas origens, cabelos fartos, como recomenda o ambiente e o ritmo do rock pop, transformou-se num artista de 66 ano triste, mas consolado.
Ex-estudante de Teologia, Morten enfrenta a doença de Parkinson com uma abordagem positiva. Passou por estimulação cerebral para ajudar a reduzir os sintomas físicos, que também afetam a sua voz. Abalado e sem vontade de cantar, os compromissos da banda estão suspensos.
Aventura
É desse personagem e da banda, que fez história na música mundial, que a goiana, de Goianápolis, Wanda Souza Amaro Guimarães, tem uma lembrança valiosa e guardada com carinho enorme, até hoje.
Prestigiada com apresentações em todo o mundo, a banda a-ha quer dizer “algo novo”, “inusitado”, em português
Criada em 1992, a a-ha esteve em Brasília com os seus personagens, Magne Furuholmen (teclado), Paul Waaktaar (guitarra) e liderados pelo cantor, também compositor e instrumentista Morten Harket, além do baterista Karl-Oluf Wennerberg, que se juntou ao grupo em 2009.
A narrativa de Wanda
“Era o ano de 2010. Eu e minha sobrinha Lívia Leal combinamos de ir ao show. Na reta final, minha filha Ana Camilla Souza Improise também quis ir e ainda precisei correr atrás de ingresso. Por volta das 18 horas, na entrada do Ginásio Nilson Nelson, local do show. Fomos abrindo espaço na multidão e conseguimos chegar bem na frente do palco. Quando começou, abri um cartaz com o nome dos três artistas, onde eu também pedia o autógrafo deles. Observei que ao longo do show, eles olhavam o cartaz, quando chegavam mais perto do público. No final do espetáculo, o baterista Karl-Oluf Wennerberg jogou a baqueta que utilizara e jogou para o público. Não sei como mas ela veio parar na minha mão. Claro que me estiquei um pouco para apanhá-la, mas ter sido premiada com aquele pequeno instrumento do grupo era um presente enorme”
Wanda já estava satisfeitíssima com a baqueta do a-ha e se preparando para sair, quando viu uma assistente da equipe dele se aproximando dela, da filha e da sobrinha, pedindo que lhe entregasse o cartaz, com o pedido de autógrafos.
“Não acreditei! Eram muitos presentes para uma noite só. Imediatamente entreguei à assistente e fiquei no aguardo. Ela não demorou a voltar e, além do cartaz com os autógrafos trouxe o convite para que fôssemos até o camarim dos artistas. Inacreditável todas essas coincidências. Fui para ver um espetáculo de meus ídolos, peguei a baqueta do baterista, ganhei autógrafos e ainda fiquei frente a frente com eles. Fui premiadíssima, com certeza, porque tem muita gente que vai a vários shows deles, em outros países, inclusive, e não consegue nem autógrafo…”, conta Wanda.
Em 2010, os celulares ainda não tinham a modernidade de hoje, câmera fotográfica, por exemplo. Mas Wanda se valeu de uma maquininha ainda com filme para registrar o momento valioso em que tirou a foto abraçada com o seu ídolo principal, Morten Harket (acima), quando se expressou, eufórica:
“Foi um grande sonho realizado”
A foto, moldura a casa de Wanda, ainda hoje. A baqueta e o cartaz ela deu para a sobrinha. Agora, enquanto lamentam a notícia triste da doença de Morten, elas lembram com saudade a noite em que aquele músico da distante Noruega fez feliz uma família amante do rock, em Brasília.
O livro
Todas essas recordações reaparecem no momento em que o livro “My Take On Me” chega à Biblioteca da Aruc. O livro é uma autobiografia de Morten Harket e lembra desde os tempos em que um garoto do subúrbio sofria bullying na escola, a criação e os primeiros anos da banda a-ha e sua jornada de apresentações pelo mundo.
O livro conta também sobre “o som quente que veio do frio” e conquistaram o país tropical, quando tocaram para 200 mil pessoas no Maracanã, na primeira vez no Brasil, em 1991, na segunda edição do Rock in Rio.
Sobre o livro, o jornalista e músico Rodrigo Rodrigues escreveu:
.
“O jovem que era conhecido por sonhar acordado na Noruega mudou-se para a Inglaterra e tornou tudo realidade: Mortem Harket, uma das vozes mais respeitadas e invejadas no meio artístico, revela aqui (no livro) mais que sua arte:
“Stay On These Roads, we shall meet”,
“Fique nas estradas que nos encontraremos”
*Stay on these Roads é uma das canções românticas que dá título ao álbum do grupo a-ha, lançado em 1988
Confira um dos maiores sucessos da banda!
Memórias da Cultura e do Esporte de Brasília

