4 de dezembro de 2025

A simpatia do futsal feminino da Aruc

Por Hélio Tremendani

Em 1984, Narciso Bastos Portela assumiu a presidência da Aruc. Ná época, estudante da Faculdade de Educação Física Dom Bosco, ele foi procurado por algumas de suas colegas de classe, que pretendiam disputar o Campeonato de Futebol de Salão oficial da cidade. Com o tempo, a modalidade passou a se chamar “futsal”.

Depois de algumas conversas, presidente e jogadoras acertaram que o time disputaria com a camisa da Aruc. Era uma novidade para à época, pois a maioria das atletas atuavam no futebol de campo da equipe da Distribuidora Jardim.

Mas, naquela mudança de modalidade, começava uma história de sucesso no esporte da bola pesada, como era conhecido o futebol de salão e que foi o ponto de partida para a evolução da modalidade em Brasília.

Na foto acima, o primeiro time de futsal da Aruc, iniciativa de alunas da Faculdade de Educação Física Dom Bosco, que sugeriram a parceria. Da esquerda para a direita, em pé: Suzi – …..; Agachadas: Karla, Ray e Lilian

Foto: Chagas Boró –  Acervo do @institutoarucdf.

A estreia

Foi assim que, em 1987, a Aruc participou de seu primeiro torneio interestadual, no Rio de Janeiro, competindo com as equipes Flávio Automóveis, do Ceará, Internacional, de Porto Alegre, e o Petrópolis, do Rio de Janeiro

A equipe de Brasília perdeu os três jogos: 2×0, 2×1 e 3×0. Heitor Gomes, técnico das garotas, considerado o melhor de Brasília na modalidade masculina, concluiu que faltava ritmo de jogo para o time recém-formado.

Diante disso, foram promovidos vários eventos ao longo dos anos, como a Taça Centro Oeste. No campeonato federado local o time da Aruc era imbatível e até conquistou o decacampeonato da cidade, dez anos consecutivos no topo do pódio. Com isso, tornou-se um dos times amadores mais queridos do Distrito Federal.

Convites

Na sequência de jogos que realizava levava sempre bom público aos ginásios de Planaltina/Vila Roriz, Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Guará, Núcleo Bandeirante, Gama, Sobradinho e Taguatinga. Além disso, o time das garotas da Aruc era convidado para eventos em escolas, clubes sociais e pelo estilo de jogo que apresentavam passou a ser uma das atrações esportivas da cidade.

A grande conquista

Veio o ano de 1990 e o time brasiliense foi disputar o Campeonato Brasileiro da modalidade, na cidade de Mairinque, interior de São Paulo. A campanha foi exemplar e a equipe feminina da Aruc chegou à final contra o fortíssimo e tradicional time do Saad, de São Paulo.

Num ginásio superlotado, houve empate no tempo normal e na decisão por pênaltis o time da Aruc sagrou-se campeão, uma verdadeira epopeia diante da fama da equipe adversária, tendo saído da quadra aplaudidíssimo.

35 anos

Nesta temporada, completam-se 35 anos daquela que foi a maior conquista das meninas da Aruc, contribuindo para o engrandecimento da história da agremiação e valorização da modalidade na capital da República

Na foto acima, da esquerda para a direita:

Em pé: Mário Michimori (Organizador do Campeonato Brasileiro), @romualdo4789, Yara, @alfimproise, Vânia, @irenefranca, @vieirarcs e Helio Tremendani;

Agachadas: Vânia, Lilian, Jorge Wanderlei, @raildacosta.2010, Jane e @monicagardez26

 Estratégia

Numa característica que se fortaleceu ao longo de suas jornadas, as meninas da Aruc sempre trataram torcedoras e torcedores com carinho e especial atenção às crianças. Elas tinham a certeza de que esse era o caminho para conquistar o público adulto.

A estratégia funcionou, numa trajetória que durou até o ano 2000. A idade avançou e os compromissos vieram. Assim, as garotas da Aruc foram parando de jogar. Porém, deixaram na história do futebol de salão a marca da força, determinação e o empenho da mulher na prática do futebol de salão candango.

Com consultas ao Almanaque do Futebol