Por Hélio Tremendani
Um dos maiores nomes do samba brasileiro, Jorge Aragão, de 76 anos, anunciou que está disposto a se afastar aos poucos do movimentado mundo dos shows musicais. Para isso, ele começaria reduzindo o número de apresentações já a partir do ano que vem, mas mantendo a produção artística ativa, “de forma mais pausada”, como afirmou.
A filha do cantor, Tânia Aragão, por sua vez, disse que o pai não vai encerrar a fase de shows, mas apenas reduzir o ritmo para poder ter mais qualidade de vida. Desejamos que nessa agenda mais suave ele reserve nova apresentação da Aruc, a casa desse grande sambista, em Brasília.
Na Aruc
Nos anos 1980 o Evandro Barcellos sugeriu trazer o Jorge Aragão à Aruc. Ele tinha saído do grupo Fundo de Quintal e começava a fazer carreira solo. Evandro morava no Rio e tocava com o Aragão, o que facilitou acertarm o show em Brasília que, por sinal, foi o maior sucesso.

Começava ali uma parceria que durou muitos anos, pois a quadra da Aruc lotava sempre que por aqui ele vinha fazer apresentações.
Com tantas vindas frequentes muitas pessoas achavam que ele até já morava no Cruzeiro Novo, o que nunca aconteceu. Mas, a afinidade do Aragão com a Aruc era tão grande que ele compôs o samba “Conquistador de Cera” onde cita a nossa entidade num dos versos: “Foi sambar na Aruc, ao som do Coisa Nossa…”
‘Sempre que solicitado Aragão ajudava no contato com sambistas do Rio e com isso criamos uma boa relação de amizade.
Ao longo dos anos, o que chamava minha atenção era o ritmo cadenciado de sua banda, não abrindo espaço ao modismo da época.
Sem dúvida, a Aruc sente-se privilegiada de ter Jorge Aragão na sua galeria de estrelas que aqui se apresentaram. E deseja que “Amigo da Aruc” continue com a sua produção musical para o bem da música brasileira, em geral, e do samba, em especial.
Memórias da Cultura e do Esporte de Brasília