Memórias da Cultura e do Esporte de Brasília
Por Hélio Tremendani
O futebol brasileiro celebra neste 16 de maio o centenário de nascimento de Nilton Santos, um dos maiores craques na história do futebol mundial, consagrado com a conquista de duas Copas do Mundo, a de 1958, na Suécia, e a de 1962, no Chile.
Nascido em 1925, no Rio de Janeiro, Nilton Santos foi um visionário dentro de campo, cuja elegância, inteligência tática e capacidade de apoiar o ataque mudaram a maneira como se joga na lateral. Sua maestria com a camisa do Botafogo e da Seleção Brasileira lhe rendeu o apelido de “Enciclopédia do Futebol”, dado por jornalistas e torcedores que viam nele uma referência em conhecimento e técnica.
Com sua presença serena e liderança discreta, Nilton Santos contribuiu para a construção de uma era dourada no futebol brasileiro, jogando ao lado de lendas como Pelé, Garrincha e Didi. Fez toda a sua carreira profissional no Botafogo, onde atuou de 1948 a 1964, algo raro nos dias de hoje. Com mais de 700 partidas disputadas, tornou-se símbolo de fidelidade e amor à camisa.
Mestre das crianças
Após pendurar as chuteiras, Nilton Santos dedicou-se à formação de jovens talentos, em Brasília, cidade que escolheu para viver, antes de retornar ao Rio de Janeiro, onde morreu, em 2013. Aqui, ele dirigia uma escolinha de futebol para crianças, na Secretaria de Esporte e Lazer. Mais do que ensinar fundamentos técnicos, Nilton transmitia aos pequenos a importância da disciplina, do respeito e do trabalho em equipe — virtudes que o tornaram grande também como ser humano. Seu legado transcende as quatro linhas. Nilton Santos é exemplo de ética, humildade e paixão pelo esporte. O seu nome permanece vivo na memória dos brasileiros nesta data de seu centenário de nascimento, eternizado não só nos livros e nos gramados, mas também nos sonhos de milhares de crianças que um dia ouviram suas histórias ou calçaram chuteiras em sua escolinha. A celebração de seu centenário é um tributo à grandeza de um homem que fez do futebol uma arte e da vida, uma lição de generosidade. Nilton Santos foi campeão carioca quatro vezes (1948, 1957, 1961 e 1962) e conquistou dois Torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964).
Minha história com Nilton
Eu era criança e recebia de meu pai camisas e outras lembranças do Fluminense, time de coração dele. Certo dia, decidi desabafar afirmando que não era torcedor do Fluminense, mas do Botafogo. Motivo: eu era fã de Nilton Santos e do Garrincha e mal sabia o que o futuro me reservava.
O tempo passou. Em 2001, eu trabalhava na Secretaria de Esportes de Brasília, onde Nilton Santos dirigia a escolinha de futebol. Foi quando sugeri ao então secretário, Agrício Braga, uma homenagem a Nilton Santos. Agrício topou na hora e promovemos um torneio de escolinhas de futebol na AABB, quando trouxemos a equipe de base do Botafogo para a competição. Foi nessa ocasião que prestamos uma bonita homenagem à Enciclopédia do Futebol. A foto daquele momento com o Grande Campeão está aí publicada. Momento de grande emoção que eu guardo até hoje com grande carinho.
16 de Maio de 2025: Grande Nilton Santos.
Muito obrigado por tantos exemplos e ensinamentos.
