Em prosseguimento à série de “memórias” que periodicamente publicamos neste espaço trouxemos desta vez mais dois competidores do atletismo que marcaram época nas pistas brasileiras.
Os textos são do professor de Educação Física Francisco Xavier, também técnico e organizador de corridas de rua. Xavier tem em seu currículo a organização e coordenação das 38 primeiras Corridas de Reis, que este ano completou a sua 52ª edição, revelando-se a segunda mais antiga prova de rua do país, logo depois da tradicional São Silvestre
Diego Chargal Martins Diniz Gomes
Diego nasceu no interior do Pará, em abril de 1985. Com três anos de idade chegou em Brasília, acompanhando a família que aqui veio morar. Incentivado por seu pai, Isaias, Diego começou a correr cedo e, em 1992, com sete anos de idade, conquistou o segundo lugar na “Marotinha”, competição de pista, infantil, comemorativa ao Dia da Criança.
Diego, começou no atletismo com o professor Dario, no Projeto Shell de Iniciação, na Ceilândia. Posteriormente, treinou com o professor Tadeu e em 1997 iniciou uma trajetória com o técnico Edilberto Barros, numa parceria que durou 13 anos. Nessa fase, Diego Chargal se especializou nas provas de 400m, 800m e 1.500m
Em Uberlândia
Numa nova fase em Uberlândia, onde foi morar em 2010, Diego treinou com o técnico Luiz Alberto de Oliveira, o mesmo que levou Joaquim Cruz à medalha de ouro olímpica, nos Jogos de Los Angeles, 1984. Porém, algumas contusões prejudicaram a carreira do atleta, que encerrou a sua participação atlética em 2015.
Diego destacou-se em nível nacional ao conquistar o campeonato brasileiro em todas as categorias que disputou, menor, juvenil e adulto. E foi vice-campeão nos Jogos da Juventude, em 2001.
Já em nível internacional, ele foi vice-campeão no sul-americano de 2005 e 2013, nos Jogos da Lusofonia (países de Língua Portuguesa), em Macau, em 2006. Diego também participou do Campeonato Mundial Juvenil, em Grosseto (Itália), em 2004, e foi finalista nos Jogos Universitários Mundiais (Universíade), na Turquia, em 2005.
Diego havia conquistado o índice dos 800m para as Olimpíadas de Londres, em 2012. Porém, a um mês do início dos Jogos ele torceu o tornozelo e ficou fora do grande evento.
Ao encerrar carreira, ele apresentava as seguintes melhores marcas: 400 metros, 47seg21; 800 metros, 1min45seg62 (atualmente é a 10ª melhor marca brasileira de todos os tempos); e nos 1.500m, 3min47seg97c.
Atualmente, Diego Chargal mora em Águas Claras, é casado e tem uma filha, Sophie. Ele trabalha como professor de educação Física na Secretaria de Educação do DF.
Registramos os parabéns ao ex-atleta Diego pela sua carreira atlética e desejamos sucesso na missão profissional que abraçou. (Texto: Professor Francisco Xavier).
Wellington Luiz da Silva Souza
Wellington nasceu em Brasília em 24/09/1974, em uma família de cinco irmãos. Iniciou no atletismo em 1988 no Centro de Iniciação Desportiva – CID de Atletismo do Guará, orientado pelo técnico Domingos Guimarães, o Professor Mingo.
Em 1993, Wellington foi transferido para o clube do SESI de Santo André-SP, e em 1995 para Funilense-SP. Nessa série de transferências, foi parar no Equador, em 1997. Ele também treinou com os técnicos Adauto Domingues e Marcão.
Wellington era especialista em Marcha atlética e participava das provas nas distâncias de 10.000m, 20.000m e 50.000m. Ele foi campeão Brasiliense dessa prova em todas as categorias, menores, juvenil e adulto. Além disso, tornou-se campeão Brasileiro de juvenis, terceiro colocado nos campeonato sul-americanos de juvenis, na Copa Brasil de Marcha Atlética e no Troféu Brasil de Atletismo. Representou o Brasil na Copa Pan-americana de Marcha Atlética.
Wellington foi eleito pela Associação Brasiliense de Cronistas Esportivos (ABCD) o atleta do ano de Brasília em 1993. Ele treinava nas ruas do Guará e a prova de marcha atlética, na época, era motivo de chacota por parte da comunidade local. Porém, persistente e determinado, ele se tornou um exemplo de atleta vitorioso conquistando vários títulos para Brasília.
O atletismo representou tudo para o Wellington. Vindo de uma família de baixa renda, ele poderia ter enveredado pelo mundo das drogas e criminalidade. Porém, consegui concluir curso superior de Educação Física e passar em um concurso público graças ao esporte e as pessoas envolvidas nesse trabalho que sempre o incentivaram, em especial o professor Mingo. ”
Wellington e casado com a também atleta Lucilene Barros (corredora de 400 metros) e tem 2 filhos, Davi e Gabriela. Ele trabalhou 18 anos no SESC-DF e atualmente é professor e educação física da Secretaria de Educação.
Parabéns, Wellington, pela sua brilhante carreira e sucesso em sua missão como professor.
Texto: Professor Francisco Xavier e Joilto Bomfim.