22 de abril de 2025

PERSONAGEM DO CRUZEIRO: Beto Pretti, um craque que deixou saudades

Por Hélio Tremendani

Um dos maiores craques que já jogou em Brasília, Alberto José Pretti Filho, o Beto Pretti, nasceu em 7 de junho de 1935, em Colatina, no Espírito Santo. Foi lá que ele começou a praticar o futebol, inicialmente jogando pela União Atlética Colégio Estadual de Colatina. O time era formado por jovens estudantes, mas, com o tempo, foi extinto. Profissionalmente, ele começou a jogar quando tinha 20 anos, em 1955.

Com o tempo, Beto Pretti veio para Brasília e, inicialmente, jogando na Associação Esportiva Cruzeiro do Sul e no Rabello, na Vila Planalto, revelou-se um dos melhores jogadores nestes 65 anos de história do futebol da capital da República. Eu tive o privilégio de ter visto Beto Pretti jogar.

Em 1963, ainda muito novo, assisti a quase todos os jogos da vitoriosa campanha do time Cruzeirense. Naquela época, eu acompanhava o meu irmão Melo, que era beque central do time e, um dia, teve a felicidade de enfrentar o Santos, da Vila Belmiro, com Pelé e outros craques, mas essa é uma história que já contei mas voltarei a contar com mais detalhes.

Volto ao nosso personagem: no Campeonato Brasiliense de 1963, lembro perfeitamente do jogo do Cruzeiro contra o Guará, partida difícil, pois o time do então bairro do Gavião perdeu muitos gols no primeiro tempo.

Estratégia

No intervalo, eu estava próximo do vestiário e ouvi o Beto pedindo que o Belini, centroavante do Cruzeiro, ficasse plantado em frente à área adversária que, com um passe, ele ia colocá-lo cara a cara com o goleiro do Guará, bastando que finalizasse para marcar o gol cruzeirense. Com alguns minutos do segundo tempo, a estratégia do Beto deu certo, com Belini marcando o gol cruzeirense.  Beto Pretti, o nosso craque, era perfeccionista. Ele analisava o jogo, montava estratégias, tinha liderança. Mesmo jogando em campos de barro, sabia orientar o time dentro e fora das quatro linhas.

Time da Construtora Rabello

À esquerda, de calça e camisa, Beto Pretti; a direita, em pé, de chapéu e óculos, o massagista Anísio (Foto do acervo de Anísio)

O melhor é que ele era sempre ouvido pelos dirigentes, exercia com perfeição a atribuição de capitão do time, sempre atento na arbitragem. Ao longo da carreira, formou-se em Odontologia e chegou a passar em concurso público em Brasília.

Tempos depois, quando encerrou a carreira, Beto levou seus conhecimentos, como técnico, para quase todos os times do Espírito Santo, conquistando vários títulos.

Nas pesquisas que fiz para melhor ilustrar esta “memória”, li que Beto Pretti começou a carreira profissional em 1955, ou seja, quando tinha 20 anos. Dois anos depois, tornou-se bicampeão capixaba com os títulos estaduais de 1957 e 1958, atuando pelo Rio Branco, de Vitória.

Em 1967, quando deixou Brasília, Beto retornou ao seu estado de origem, onde conquistou títulos estaduais como técnico. Inicialmente, pelo Rio Branco, sagrando-se bicampeão, 1968 e 1970. E ganhou, também, o campeonato de Vitória, em 1969.