Por José Cruz
Recuperar a memória do esporte exige paciência na busca de personagens; e não se contam histórias ouvindo somente campeões ou bem-sucedidos atletas. Leiam que belos exemplos encontramos com quem viveu o futebol peladeiro, lá nas origens de Brasília
Boas lembranças daqueles tempos do futebol amador – em que muitos se tornaram profissionais – são contadas, também, por hoje veteranos peladeiros. Todos aqui chegaram muito cedo e conviveram com a agitada construção da Capital da República, divertindo-se com a única oportunidade de lazer que tinham: jogar bola.
Luciano Martins Gomes (foto), cearense de Caucaia, aqui desembarcou com a família em 1958. Ele foi um daqueles craques das peladas candangas, quando os “campos” eram de areia e poeira, na época da seca, ou no barro e na água, nas temporadas de chuvas. Eram espaços improvisados para a bola rolar e, assim, fazer a alegria da garotada que formava a primeira população de Brasília. Todos muito bem-vindos. O tempo passou… Hoje, com 74 anos e ótima memória, Luciano recupera histórias sobre aqueles momentos de iniciação esportiva. Ele também conta sobre jogos de “arrepiar”, na adolescência e na fase adulta.
Luciano em visita á sede da Aruc
“Arrepios”, de verdade, expressão sem exageros, porque, no bom português, o “pau quebrava” em peladas de maiores adversidades em que, muitas vezes, nem mesmo uma taça estava em disputa.
Os jogadores entravam em campo por “pura diversão”. Mas, com a bola rolando, era “coração no bico da chuteira” para se tornar vencedor. Isso quanto tinha alguém de chuteira, porque muitos jogavam de tênis e, até, descalços…
Foram disputas tão maravilhosas que Luciano não esconde um sorriso com uma mistura de saudosismo quando relembra um daqueles entreveros e arremata:
“Foi tudo muito bom”
Chope da harmonia
E sabem do melhor dessas memórias? É um final feliz para os dois lados que dura até hoje. Tudo acaba em chope! Vamos explicar:
Muitos – mais de 100 – daqueles peladeiros que se tapeavam em campo como adversários, hoje se reúnem em confraternizações de amigos, que se renovam a cada quarta-feira, quando surgem mais e mais lembranças dos tempos das boas jogadas, uma época em todos eram craques. Detalhes sobre isso está mais adiante. Continuem lendo, por favor.
Cicatrizes
“Eu jogava futebol de salão e de campo. Gostava mais do de campo, foi o que mais pratiquei, sem dúvida. Mas, também lutei judô por algum tempo”, disse Luciano apresentando as suas credenciais de desportista inveterado, entre elas cirurgias para colocar duas próteses nos joelhos, cujas cicatrizes ainda estão bem visíveis.
Quando começou a trabalhar, Luciano jogou por duas instituições que se tornaram referência do futebol amador local: no Correio Braziliense, jornal de prestígio na cidade e fundado no mesmo dia da inauguração de Brasília, e no time da Gráfica do Senado, que tinha na direção, à época, um dos grandes jogadores do futebol local, o carioca Arnaldo Gomes.
Luciano é tão arraigado à história futebolística do Distrito Federal, que se tornou eficiente consultor deste site, acompanhando os repórteres em algumas reportagens em entrevistas com ex-jogadores que foram seus contemporâneos.
Como era
Para o leitor que não conheceu Brasília “daqueles tempos”, é bom situar o ambiente de então, onde viviam os primeiros habitantes vindos de todo os recantos nacionais.
Como era a integração entre Luciano e sua turma, ainda estudantes primários, e qual era o lazer dos candangos, operários que erguiam a charmosa Capital? Vamos em frente, porque as respostas a essas indagações estão no texto.
Obras
Quando aqui chegou em 1958, dois anos antes da inauguração da cidade, Luciano encontrou no centro de Brasília um imenso canteiro de obras. Ali surgia a maravilhosa e funcional Esplanada dos Ministérios, com seus prédios e palácios, orgulho da mais legítima arquitetura nacional, criação do gênio Oscar Niemeyer. O conjunto foi complementado pelas arrojada linhas da Catedral, inigualável no mundo, e do Teatro Nacional, ambos monumentos com visíveis retoques de pura arte.
Ao redor dessas obras era pura natureza onde dominava o extenso Cerrado, com sua vegetação característica de árvores baixas, caules tortos e galhos retorcidos, resistentes aos tempos de seca. Mas, aos poucos, esse riquíssimo bioma foi invadido pelas superquadras residenciais, onde surgiam as Asas Norte e Sul. Aí, já era outro projeto, mas, também, ousado e inédito no mundo, de um arquiteto internacionalmente reconhecido e premiado chamado Lúcio Costa.
O Gavião
Os trabalhadores e suas famílias que aqui vinham morar como a do ainda moleque Luciano, acomodava-se na Cidade Livre – hoje Núcleo Bandeirantes –, na Candangolândia e no “Gavião”, comunidade que deu origem ao cultural Bairro do Cruzeiro, reduto do samba, do esporte e da boa vizinhança.
Assim, com a Esplanada em obas e essas pequenas comunidades residenciais fecha-se o mapa geográfico que Luciano, sua turma e os primeiros moradores de Brasília dispunham para circular, estudar e se divertir, mas que rapidamente foi crescendo e fixando espaços específicos.
Mas, há um detalhe: antes de se chamar Cruzeiro, o bairro se chamava “Cemitério”. Segundo o historiador Helio Tremendani, o nome foi porque o bairro “era formado por casinhas brancas em meio à poeira vermelha do cerrado”, dando ao local um ambiente desértico e desanimador.
Helio Tremendani continua:
“Naquele tempo, além de afastado, o lugar parecia uma selva, com mato alto e animais circulando pelas ruas, como veados, cobras e gaviões. Surgiu, daí, seu segundo apelido: Bairro do Gavião. Mas os moradores não gostavam daquela alcunha, pois consideravam-na depreciativa. Então, em 1960, o bairro foi batizado oficialmente de Cruzeiro”, pela proximidade com a Praça do Cruzeiro, local da Primeira Missa em Brasília.
Pronto, está fechado o mapa geográfico daqueles anos iniciais da nova Capital, onde o futebol surgiu como primeira opção de lazer para os moradores, para as crianças e para os operários, principalmente. Luciano retoma a narrativa de suas aventuras esportivas.
Lazer: jogar bola
Para oferecer lazer aos seus operários nos fins de semana, as construtoras instaladas em Brasília formavam times de futebol e organizavam campeonatos, incentivando o surgimento de novas equipes: Rabello, Defelê, Cruzeiro do Sul, Campineira, Coenge … e por aí vai.
Luciano aqui chegou também com o seu primo e irmão de criação, Nelson Mota Gomes, jornalista que circulou pelas redações dos jornais e, mais tarde, ganhou destaque como repórter de esportes da TV Globo local.
Com sete anos, Luciano foi estudar na escola onde sua mãe, Maria Amélia Mota Gomes, lecionava. O pai, José Orestes Martins Gomes, trabalhava na Secretaria de Viação e Obras do Governo do Distrito Federal (GDF).
O tempo passou, o futebol evoluía, os peladeiros cresciam e Luciano começou a trabalhar. Inicialmente, na paginação do Correio Braziliense, de 1968 a 1976. Depois, no Diário Oficial do GDF.
“Mais tarde, pela minha experiência em artes gráficas, fui parar na Gráfica do Senado, que tinha um grande parque de impressão”, conta Luciano.
“Eu já conhecia o diretor dessa Gráfica, Arnaldo Gomes. Jogávamos num time de futsal, o Carioca, que era a base da Seleção Universitária de Brasília. O time era formado por Waltinho, Walmir, Axel, Arnaldo e Guairacá, um grande time, quem sabe o melhor que já teve em Brasília. Eu era reserva, mais o goleiro Roberto, o Solon e o Gugu, que era irmão do Arnaldo.
Tem mais:
“Eu ainda arrumava tempo para jogar no time do Grêmio Esportivo Brasiliense. Foi em 1976. Era um time em que o dono só trazia jogadores de fora, de outras cidades. Eu era o único de Brasília que jogava como titular”, conta Luciano.
Profissionais
Foi nas peladas dos campos de areia ou de barro que surgiram excelentes craques no futebol local e se tornaram destaques nacionais.
“Paulo Victor, que fez época como goleiro titular do Fluminense na década de 1980 e atuou pela Seleção Brasileira, foi um desses peladeiros que se destacou no futebol profissional local”, conta Luciano, que pertencia a uma geração dez anos a mais que a de Paulo Vitor.
“Paulo Victor é paraense que veio com a família para Brasília e chegou aos campos de peladas. Queria jogar na linha, lá no campo do Cruzeiro. Mas, como éramos maiores, ele nos obedecia e ia para o gol, resmungando, mas ia”, recorda Luciano esses momentos que viveu ao lado de Hélio Tremendani, amigos até hoje. Eram os “mandões” do time, como se diz.
Paulo Victor cresceu como goleiro e acabou indo para o Time do Ceub, primeiro clube de Brasília a ganhar destaque nacional; Depois, foi para o E.C. Vitória ponte para chegar ao Fluminense, do Rio de Janeiro, em 1981 e dali para a Seleção, onde atuou entre 1984 e 1986. Atualmente, ele está com 68 anos e presta consultorias esportivas.
Craque no Santos
Outro brasiliense que destacou e chegou ao Santos Futebol Clube foi Salomão Alves do Couto.
“Salomão era de uma geração 10 anos mais velha que a nossa”, conta Luciano. Além de jogar muito bem, era um ótimo conselheiro. Era o nosso “mestre” que ensinava a não ser violento nas jogadas, evitar brigas com os adversários etc. Aquilo funcionava como uma ordem para nós”, diz Luciano.
Hélio também tem ótimas lembranças da convivência com esse craque e até já escreveu um depoimento, a seguir reproduzido:
“Salomão Jogou no Náutico, de Recife, no Santos/SP e no Vasco/RJ. Nos anos 70, Salomão teve uma passagem pelo Cruzeiro Velho e jogamos juntos no Tocantins, que tinha um campo em frente à 3° DP, e no time da Rádio Alvorada, comandado pelo locutor Neco de Almeida. Na época, o craque Pernambucano ficou uma temporada no Cruzeiro, na casa de parentes, pois veio a Brasília fazer um curso de especialização em medicina/neurologia. A convivência com Salomão foi muito boa. Ele passava para o nosso time toda experiência por ter jogado nos melhores times do Brasil. Muito tranquilo, craque com a bola nos pés, não aceitava indisciplina dentro de campo.
Time da Rádio Alvorada de Brasília – 1970
Da esquerda para a direita:
EM PÉ: Neci de Almeida, Lúcio, Dercival, Helio
Tremendani, Talmare e Zé Carlos;
AGACHADOS: João, Salomão, Manoel, Arthur e China
Formação de craques
“Esse é outro exemplo de que as peladas em Brasília não eram só disputas de momento, brigas etc. Isso é próprio dos peladeiros, não tinha problema. Mas, os que tinham talento levavam aquilo a sério e se projetaram como craques para grandes equipes nacionais”, reforçam Luciano e Hélio. Luciano traz outro exemplo, o goleiro Nego.
“No primeiro semestre de 1976, eu jogava no Grêmio Esportivo Brasiliense. Nego era o goleiro, que acabou sendo contrato pelo Cruzeiro de Minas Gerais, como reserva do grande Raul Plassmann”.
Luciano lembra outros nomes numa escalação que tinha Luiz Carlos, ele mesmo, Luciano, na zaga, com Grimaldi, que foi jogar no Nacional de Manaus; no meio de campo eram Marquinhos, Jaime e Hamilton. Na frente tinha Gonçalves, Léo, que jogou no Brasília Esporte Clube, e Moacir, que foi para a Portuguesa paulista. “Esse Moacir jogava muito”, reforça Luciano. Inácio Milani era o treinador.
Com esse grupo o Brasiliense conquistou o primeiro turno do campeonato candango, o Troféu Imprensa na época. Também ganhou o segundo turno e foi para a disputa do título com o Brasília E.C. mas terminando como vice-campeão. Os jogos eram disputados no campo da Metropolitana, sábados à tarde, e no do Pelezão.
Desses campeonatos participavam, também, o Ceub, o Gama, Taguatinga, Humaitá, Canarinho, Flamenguinho, Brasília, Sobradinho e Grêmio. Quando os jogos eram no Pelezão, o público chegava a oito, dez mil pessoas, sem exageros” garante Luciano.
Prazer de jogar
“A gente jogava muito e em muitos times porque se tinha prazer em jogar bola. Conhecíamos uns aos outros, havia intercâmbio de jogadores. Quando não tinha campeonato, havia peladas todos os sábados à tarde no Clube Unidade Vizinhança, na 308 Sul. O time era formado pelo Montenegro, que depois entrou para a Polícia Federal. Ele não jogava muito bem, mas bancava tudo no futebol soçaite, pagava até a cerveja depois as peladas. E campo era muito bom… é bom até hoje”, reconhece Luciano. “Foi esse time que jogavam verdadeiros craques, como Axel, Waltinho e Solon, todos meus amigos”.
Seleção Sindical
Adorei jogar na Seleção Sindical. Ganhamos o Zonal, em Belo Horizonte, que tinha representações do Distrito Federal, de Minas Gerais, Goiás, do então Estado da Guanabara e do Estado do Rio de Janeiro. A decisão foi em Brasília, com as seleções do Paraná, Bahia, Ceará e a do Distrito Federal. Fizemos 3×0 no Bahia no primeiro jogo. No segundo, contra o Sindicato dos Estivadores do Paraná nós ganhávamos de 2×0 e tínhamos um pênalti para cobrar. Eles partiram para cima do juiz e brigaram até com o policiamento. Inconformados, abandonaram a quadra. No jogo final (contra quem?), empatamos em dois gols. Como jogávamos pelo empate nos tornamos campeões sindicais”, recorda Luciano.
O time base dessa competição era formado por Itamar, Maninho, Júlio Itacarambi, Toninho e Serginho; Luciano, Raimundinho e Banana; Mineirinho, Roberto César e Zequinha. “Roberto César era muito bom no ataque e mais se profissionalizou indo jogar no Cruzeiro”, conta Luciano.
Desacelerando
“Depois das próteses nos joelhos, comecei a desacelerar. Foi em 1978, eu jogada no Corinthians, do Guará. Joguei cinco nesses sem receber. Aí decidi ficar só com as peladas nos campos de areia lá no Cruzeiro. O futebol profissional aqui de Brasília exigia muito, mas dava muito pouco”.
Com o avançar da idade, era prudente parar. E passou a acompanhar o futebol universitário, onde o seu filo, Hugo Costa Gomes, que estudava no curso de Comércio Exterior, atuava. “Hugo em homenagem ao meu grande amigo Hugão”, revela Luciano.
“Foi quando outro amigo, Abelardo, que me chamava de Mulambo, só pra me sacanear, me chamou para trabalhar no time de futebol juvenil do Brasília. E eu fui. E com eles fui ao Brasileiro Universitário de 2003 e 2004, quando nos sagramos bicampeões. Em 2005, fomos à Universíade, na Turquia, mas perdemos na semifinal para a Itália. Perdemos também para o Marrocos, nos pênaltis, na disputa pelo terceiro lugar. Nessa época, Paulo Victor era o treinador de goleiros”, recorda Luciano.
Abelardo, que se destacou também como grande técnico e gestor de handebol, formado em Educação Física pela Faculdade Dom Bosco, morreu no ano passado. Foi uma grande perda para o esporte brasiliense e brasileiro.
JUDÔ
“No judô, o Antônio Santana de Abreu foi um dos maiores judocas de Brasília, depois tornou-se treinador e foi o meu técnico. Era amigo de meu pai. Depois se juntou com outro grande judoca, o Miúra e fundaram a Academia Sanmi (Santana e Miúra)”, relembra Luciano.
O judô não era o forte de Luciano, mas nesse esporte disputou competições importantes, com o Brasileiro juvenil de 1968 e 1969, quando a delegação ficou alojada no quarto andar do monumental estádio do Maracanã. Também lutou na Olimpíada do Exército, em 1970, em Curitiba, categoria peso médio,
Tempo bom
Luciano e Hélio Tremenadani estão lado a lado há décadas. A dupla abre a cachola e conta histórias e mais histórias. De fato, eram vivências muito além do futebol e que, com o tempo, contribuiu para fortalecer a amizade dos peladeiros brigões daquela época. Veja aí os “causos” do Luciano… Hélio ouve e vai concordando:
Luciano e Hélio na sede da Aruc
“Tempo bom era quando o jogo terminava e o pau comia. Ainda hoje, quando encontro com amigos, lembramos muito daquelas brigas. Era futebol amador mesmo: futebol, briga e depois cerveja com todo mundo junto.
No Cruzeiro tinha um time, a Ferroviária. Seu Cardoso era o dono. O clássico da época por lá era Horto Florestal x Ferroviária. Já o dono do Horto era o Agnelo. O jogo era no barrão. Não se via futebol, era porrada mesmo. Teve uma jogada que levantei a perna para dar uma janela no Agnelo, mas caí e gritei. Seu Júlio, presidente da Ferroviária, já meio bêbado, entrou em campo, e falou: `Pode matar o Negão. Ele chutou você e você não reagiu´. A barra ficava pesada! O Edivaldo mandou parar tudo, fechava o tempo. Eu saía cedinho de casa e chegava de madrugada. Aqui na Aruc tinha um barracão de madeira. Não era só pra reunir a turma do futebol, era a turma do samba também, samba direto, todo mundo junto”.
As lembranças continuam…
“Era um tempo em que se jogava de chuteira, de tênis descalço. Uma vez emprestei minha chuteira para um amigo, o Gentil. No final, ele falou que não ia devolver, mas eu não ficaria no prejuízo. Todo fim de semana ele me daria de presente, uma peça de pernil e um queijo. Comi sanduíche do bom por muito tempo”, relembra Luciano.
Gentil foi parar no Bangu, do Rio de Janeiro. Num certo jogo, levou um soco tão forte que a dentadura saltou longe, caiu dentro de uma caixa de areia. Na vontade de continuar jogando ele pegou a peça recolocou na boca, mas sem limpar. Como estava cheia de grão de areia a dentadura não se ajustava direito e os dentes rangiam… Ele corria esfregando a boca”.
“Gentil tinha cãibra demais. Pra amenizar as dores, ele colocava éter nas pernas, até nas ataduras. Um dia, Zé Carlos, companheiro do time, acendeu uma vela pra avó, antes do jogo. Com o éter por perto o fogo correu solto e queimou as canelas do Gentil, que ficou bom tempo sem jogar”.
E hoje?
Muitos dos personagens aqui citados reúnem-se semanalmente no bar Fausto & Manoel, em Brasília. Quarta-feira é o dia, e quando chegam, por volta das 19h, a mesa já está organizada. Os garçons conhecem a turma e o atendimento é especial. Quem teve a ideia de reagrupar a turma de 50, anos atrás foi Nonô, o Luiz Carlos Silva, à esquerda de Luciano, na foto. E não é só gente do futebol, tem um altão, o Augusto César Rodrigues, do basquete, que também está lá para contar “causos” de sua modalidade. Mas, ele também ri muito com as boas lembranças, pois acompanhava os entreveros do futebol.
“Foi em 2018 que tive a ideia de juntar os amigos porque fomos parceiros de uma época muito boa e não achava legal ficarmos distanciados”, conta Nonô.
“Nesses encontros, juntamos amigos que jogavam em vários times, brigavam por vários times e hoje cada um conta a sua história e a gente vai revivendo aqueles tempos com bom papo, muita risada e a amizade de sempre”, diz Nonô satisfeito com a sua iniciativa.
AMIGOS PARA SEMPRE
Da esquerda para a direita:
Jokka, Luciano, Esquerdinha , Nonô, Hélio Tremendani e Augustão
O grupo já chegou a ter mais de 100 ex-peladeiros. Nem todos comparecem todas as semanas. A maioria já está aposentada, mas cada um com seus compromissos, eles vão aparecendo e se revezando nas cadeiras em volta da mesa. Quem não falta é o chope, a cerveja, bebidas que se firmaram como marcas registradas de um tempo em que Brasília nascia e permaneceram testemunhando a amizade de quem viveu a felicidade de ter sido um peladeiro, brigões em campos de muito barro mas mesmo assim priorizaram a amizade ao longo dos anos.
Parabéns, Peladeiros de todos os tempos! A contribuição de vocês para a história esportiva de Brasília é, de fato, espetacular.