Por Hélio Tremendani
O inédito título conquistado pelo Botafogo contra o Atlético-MG, com incontestável vitória de 3×1, no sábado, me remete aos tempos de criança, quando nosso time tinha vários craques, mas dois se destacavam, Garrincha e Nilton Santos.
Eu ainda era criança e o meu pai fazia de tudo para eu torcer pelo Fluminense, seu time. Fanático, ele me dava camisas do clube e insistia. Em determinado dia, avisei que eu não era torcedor do Fluminense, mas botafoguense, pois era fã do Nilton Santos e do Garrincha. Claro que ele não gostou, mas acabou aceitando.
O tempo passou, cresci e comecei a trabalhar. Em 2001, eu estava lotado na Secretaria de Esportes do Distrito Federal, e propus ao então secretário, Agrício Braga, uma homenagem ao Nilton Santos. Morando em Brasília, Nilton era um dos professores da Escolinha de Futebol do extingo Departamento de Educação Física e Desporto – Defer.
A ideia foi aceita e organizamos um torneio de futebol na AABB, quando trouxemos a equipe de base do Botafogo. E foi nessa competição que prestamos homenagem ao Nilton, a Enciclopédia do Futebol.
Coube a mim entregar uma placa para Nilton Santos (foto), com quem eu conversava quase que diariamente e ouvia atento as histórias do tempo em que jogou com outros craques, como Didi, Quarentinha, Garrincha, Amarildo, Zagallo, o goleiro Manga, enfim.
Ficou muita saudade daquela época de de um futebol em que o outro protagonista nacional era o Santos, com ataque formado por Mengálvio, Coutinho Pelé e Pepe. Nilton viveu esses tempos dentro de campo. E, com meus colegas de trabalho, ouvíamos os seus relatos em silêncio.
Agora, vendo o Botafogo conquistar o seu primeiro título sul-americano é preciso reconhecer que é o resultado de uma epopeia que começou lá atrás e, assim, faço mais uma homenagem àquele grande craque, bicampeão mundial. Grande Nilton Santos.