12 de setembro de 2024

A verba pública que sustenta o esporte

Os Comitês Olímpico, Paralímpico e o de clubes sociais se sustentam com verbas públicas. Entre 2000 e 2023 as entidades do esporte foram contempladas com R$ 28,25 bilhões, fora o patrocínio das estatais (Banco do Brasil, Caixa, Correios…) conforme dados do Ministério do Esporte

 Por José Cruz

O assunto “esporte e investimentos” vem a propósito da realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Paris.

Até o final do século passado, os cartolas das várias modalidades tinham discurso comum: “Falta dinheiro para o esporte”. De fato, faltava. E quando se aprovada alguma miséria o pagamento saía atrasado, até depois do evento realizado.

 A mudança

Porém, em 2000, o dinheiro começou a entrar no cofre do vôlei, da natação, do judô, do atletismo, basquete, enfim… resultado de uma lei, sancionada pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, que repassa, até hoje, recursos das loterias federais para os Comitês Olímpico e Paralímpico brasileiros. Esses comitês, por sua vez, rateiam, com critérios próprios, com as suas respectivas confederações.

Governos do presidente Lula, a partir de 2003, despontam como os de maiores investimentos para projetos esportivos de alto rendimento ou de iniciação (Divulgação)

 Reforços

Em 2003, já no primeiro governo de Luiz Inácio Lula da Silva, vieram novos e polpudos incentivos. Tão polpudos que até a cartolagem, presidentes de confederações, principalmente, passaram a ter valiosos salários. Em alguns casos de até R$ 30 mil mensais, dado extraoficial.

Segundo a reportagem no portal do Ministério do Esporte, autoria do repórter Luiz Roberto Magalhães, a Bolsa Atleta aplicou, entre 2005 e 2024, R$ 1,77 bilhão, contemplando 37,5 mil competidores.

Já a Lei de Incentivo ao Esporte, a partir de 2007, captou R$ 5,4 bilhões, distribuídos entre 8.869 projetos aprovados.

Programas e ações do Governo Federal ajudaram a profissionalizar o esporte no Brasil

Convênios

Em convênios, isto é, recursos do orçamento do Ministério do Esporte, foram aplicados R$ 3,5 bilhões, entre 2000 e 2023. A maior parte desses recursos foram usados por ocasião dos grandes eventos esportivos, como os Jogos Olímpicos Rio 2016.

Ausências

O dinheiro público para o esporte vai além dos R$ 28 bilhões levantados pelo Ministério do Esporte, pois o programa Força no Esporte e o Projeto João do Pulo, desenvolvidos pelas Forças Armadas, não constam desse levantamento. Mas, sabe-se, atende a cera de 600 atletas em nível olímpico ou paralímpico, e cerca de 30 mil crianças em 139 localidades brasileiras.

Outro dado que reforça a boa situação financeira do esporte brasileiro é o que se refere aos patrocínios das estatais, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, os Correios, a Petrobras etc. Ou seja,  se computadas essas fontes, o valor divulgado pelo Ministério do Esporte passa, com folga, dos R$ 30 bilhões.

Confira a oportuna e excelente reportagem completa de Luiz Roberto Magalhães.