12 de setembro de 2024

BONS TEMPOS: Pesadelo em Paracatu

Por Hélio Tremendami

Na década de 1960, ainda muito novo, fui convidado pelo time Cruzeiro do Sul, aqui de Brasília para disputar um amistoso de futebol contra o Paracatu, no campo do adversário, lá na cidade de mesmo nome, interior de Minas Gerais.

O inusitado é que o estádio era adaptado de um hipódromo, isto é, onde também havia corridas de cavalo.

O jogo foi muito equilibrado. Na defesa, Zezé Abadio fazia uma partida primorosa, não dando chances aos adversários. Ainda no primeiro tempo, o atacante Moisés fez 1 x 0 para o nosso time. Mas, no segundo tempo, ele cometeu um ato de indisciplina contra seu marcador e criou um tumulto generalizado, com ameaça de forra do adversário.

Era a primeira vez que eu participava de um jogo com adultos. Estava no banco de reservas quando o treinador, Zé Maria, que por sinal era o meu cunhado, mandou eu me preparar para entrar. Eu tremia horrores, mas precisava substituir o lateral Zé, que saiu machucado. Fiz o possível para protelar a entrada em campo e até fui repreendido pelo treinador.

Mas, obediente às ordens do cunhado, ops, do treinador, entrei. Muito nervoso, mal toquei na bola e logo surgiu outro tumulto, muito maior que o anterior. Naquela hora, tive a certeza de que era melhor ter ficado em casa… O jogo terminou mesmo 1 x 0.

Na foto: Eu e Zezé Abadio