Memórias da Cultura e do Esporte de Brasília
Por José Cruz
Quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023, dando início a uma guerra em que mais de três mil crianças morreram na Faixa de Gaza, o governo brasileiro agiu imediatamente para retirar brasileiros que moravam na região do conflito.
É essa operação, “Voltando em Paz”, que é narrada nesse livro que agora encontra-se à disposição na Biblioteca da Aruc. A publicação, iniciativa da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, conta em detalhes todos os movimentos governamentais para o repatriamento de 1.477 pessoas e 53 animais de estimação resgatados.
“Eram quase 15h de 11 de outubro, quatro dias após o início dos ataques, quando o presidente Lula foi informado de que uma aeronave KC-30, um Airbus A330 200 da Força Aérea Brasileira, havia decolado de Tel Aviv rumo à Base Aérea de Brasília. A bordo, os primeiros 211 brasileiros repatriados”.
É assim que começa a narrativa de Luiz Roberto Magalhães, um experiente repórter com sólida experiência internacional, que redigiu a publicação de 80 páginas, com fartura de imagens, inclusive as que mostram todos os passos dessa iniciativa de governo.
“A agilidade e prontidão do Governo Federal para identificar os brasileiros, cadastrar os que tinham interesse em retornar ao país e articular todos os elos diplomáticos na região foram essenciais para que os 1.477 passageiros fossem resgatados em dez voos de repatriação realizados entre 11 de outubro e 13 de novembro”, escreveu o repórter.
Com texto emocionante, o livro “Voltando em Paz” narra, também, a reta final da operação, que tratou do acolhimento e proteção dos estrangeiros que vieram para o Brasil, sendo 11 palestinos, três bolivianos e uma jordaniana. Poucos sabem, nos voos que saíam do Brasil os aviões levavam mantimentos e kits de saúde e alimentos doados para a população da região duramente atingida por Israel.
No total, foram 315 horas de voo, 16 países sobrevoados e 3 mil refeições servidas durante as viagens. A solidariedade teve, ainda, o apoio do Movimento dos Sem Terra, MST, que doou 1,5 toneladas de alimentos para as famílias atingidas pelo conflito.
