Por José Cruz
Capital com tradição para o automobilismo de velocidade, Brasília sediou desde cedo competições com carros de passeio adaptados para corrida e motores cuidadosamente preparados.
Sem autódromo, que viria a ser inaugurado em 1974, as competições de velocidade eram nos largos Eixos de Brasília, com passagem pela Rodoviária do Plano Piloto e Avenida W3.
Idealismo
Em 1967 na prova dos “500 km de Brasília”, apresentou-se na largada um carrinho vermelho, nada elegante, como os concorrentes. Porém, era extremamente simpático e foi logo apelidado de “Patinho Feio”.
O carro foi criado por quatro jovens entusiastas do automobilismo. Eles haviam completado 18 anos, já tinham as suas carteiras de motoristas e queriam viver emoções muito fortes.
Jean Louis da Fonseca, Alex Dias Ribeiro, Helládio Toledo e Zeca Vassalo eram os “moleques” sem dinheiro para realizarem o sonho. Para isso, eles contaram com a doação de um fusca batido, que pertencia ao pai de Alex Dias Ribeiro, e da mecânica Camber, onde construíram o carrinho, em 22 dias.
No dia da prova, Patinho Feio conquistou o público, superando modelos mais competitivos da época e terminou a longa prova em um excelente segundo lugar. Abusado, não? Por isso mesmo, o carrinho ganhou documentário, “O Fantástico Patinho Feio”, dirigido pelo cineasta Denilson Félix, já lançado nacionalmente.